O Google Trends, um dos sites mais famosos de busca na internet, vem apontando “gastrite” como um dos temas mais pesquisados pelos usuários. A dúvida das pessoas, que chegam em massa à plataforma, pode ser um reflexo de um dado divulgado pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Segundo a instituição, aproximadamente 70% da população brasileira pode ter sintomas ligados ao mau funcionamento do sistema digestivo.
O médico
gastroenterologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Paulo Markman, explica
que a definição clínica da gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica, ou
seja, no estômago, um órgão muito importante no processo de digestão dos
alimentos.
Segundo
o especialista, há dois principais tipos de gastrite: a crônica e a aguda. Os
fatores desencadeantes estão comumente relacionados ao uso de álcool e
medicamentos, como anti-inflamatórios e corticoides. A presença da bactéria
Helicobacter pylori, conhecida como H. pylori, também é um fator de alerta.
Muitas úlceras pépticas, alguns tipos de gastrite e de câncer do estômago
decorrem da infecção causada por ela.
Dentre
os sintomas mais comuns, destacam-se azia, dor abdominal, empachamento,
náuseas, vômitos e, em suas formas mais graves, vômitos e evacuações
sanguinolentas.
Paulo
Markman destaca, ainda, que existe outro tipo comum, que é a gastrite nervosa,
conhecida como dispepsia funcional. “Ela não causa inflamação na mucosa. Porém,
seus sintomas são relacionados, principalmente, ao quadro de estômago e surgem
devido a fatores emocionais, estresse e ansiedade”, afirma.
Prevenção
Como
forma de prevenção à doença, Paulo Markman sugere, dentre as principais
atitudes, evitar bebidas alcoólicas e não ingerir medicamentos
anti-inflamatórios sem orientação médica. Medidas de higiene dietética
configuram importantes condutas aliadas, a exemplo da higienização das mãos,
das frutas e das verduras.
Sobre o tratamento, o gastroenterologista orienta buscar ajuda médica, pois o especialista vai indicar uso de medicamentos adequados a cada quadro. “Além de antiácidos, há também a adaptação de dietas específicas e, em outros casos, o uso do antibiótico para a erradicação do H.pylori”, finaliza.