Setembro é marcado como o mês de conscientização do aneurisma cerebral, uma complicação de saúde que incide sobre cerca de 2% da população mundial. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença atinge entre dez e 15 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes, sendo uma das doenças que mais causam óbitos no mundo.
Segundo o neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares Dr. Victor Hugo Espíndola, o aneurisma não afeta igualmente homens e mulheres. “Dependendo da faixa de idade, os aneurismas podem ser até 3 vezes mais comuns nas mulheres”, explica o especialista. Victor Hugo também ressalta que o problema é mais recorrente nas pessoas com idades entre 35 a 60 anos, porém até crianças podem receber o diagnóstico.
O médico enfatiza a urgência de reconhecer e compreender essa condição de saúde, que, por ser uma doença silenciosa na maioria dos casos, muitas vezes resulta em problemas mais graves de saúde. Os fatores de risco associados à formação ou ruptura de um aneurisma cerebral são diversos, e incluem o uso de drogas, o abuso de álcool e o tabagismo, a hipertensão arterial, bem como a predisposição genética. Esses elementos podem aumentar significativamente a probabilidade de desenvolvimento de um aneurisma, tornando fundamental a educação sobre a prevenção e os cuidados necessários.
A ruptura de um aneurisma cerebral pode resultar em consequências fatais, e as chances de sequelas sem reabilitação são consideráveis. O neurocirurgião chama a atenção para a necessidade de agir preventivamente: “Os aneurismas se tornam perigosos quando se rompem, ocorrendo cerca de 500 mil mortes todos os anos. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores serão as chances de sobrevivência e menores serão os riscos de sequelas”, alerta.
O médico ressalta que, normalmente, os aneurismas cerebrais permanecem assintomáticos até o momento da ruptura, o que frequentemente resulta em um acidente vascular cerebral (AVC). Os aneurismas não rotos, em raros casos, podem apresentar alguns sintomas tais como:
- Formigamento ou dormência na cabeça;
- Dores de cabeça muito intensas e recorrentes;
- Aumento da pupila em um dos olhos;
- Visão embaçada ou dupla; e
- Convulsões
De acordo com a Sociedade Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica e Terapêutica, a taxa de preservação da vida de pacientes com aneurisma cerebral detectado antes do rompimento, quando submetidos a cirurgia ou embolização, atinge a faixa de 98%. Esses dados oferecem uma mensagem de esperança, destacando a importância da detecção precoce e tratamento adequado.