Tecnologia 5G será fundamental para a reindustrialização do Brasil, defende José Maurício Caldeira

Para executivo da Asperbras Brasil, retomada de política pública para a indústria passa por recursos tecnológicos inovadores e sustentáveis

 

José Maurício Caldeira
Foto: Divulgação - José Maurício Caldeira

O novo governo já definiu que uma de suas prioridades será a reindustrialização do Brasil, uma vez que a participação do setor da economia caiu de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) para 11%, ao longo das últimas décadas. Para fazer a indústria recuperar dinamismo, será importante dar um salto tecnológico, ganhando produtividade e competitividade. “O 5G será uma ferramenta fundamental para o país atingir este objetivo, pois permitirá a plena implementação da indústria 4.0”, diz José Maurício Caldeira, acionista e membro do Conselho de Administração da Asperbras Brasil, grupo que atua em diversas áreas da indústria, serviços e agronegócio.  

Um recente estudo da WEG/V2COM, encomendado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), em parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informa que a tecnologia 5G oferece, no campo industrial, um desempenho superior ao wi-fi em termos de confiabilidade, cobertura de rede e densificação da malha de conexões. Entre seus principais atributos, constam a velocidade ultrarrápida, com mais celeridade para baixar e enviar arquivos, redução do tempo de resposta entre dispositivos e estabilidade da conexão.

O 5G tem sido apontado por especialistas como uma revolução que mudará de forma decisiva a manufatura industrial porque é focado na Internet das Coisas (Internet of Things, IoT). Considerado o pilar da indústria 4.0, ele permitirá avanço em direção a fábricas predominantemente autônomas, em que os responsáveis pelo registro e análise de dados serão os sensores.

A Inteligência Artificial fará os ajustes de forma contínua para que a produção se mantenha sempre de acordo com a demanda. A possibilidade de um monitoramento 24 horas por dia, ininterruptamente, permitirá que o desempenho e a segurança sejam otimizados. Em termos práticos, isso significa, por exemplo, realizar inventários com robôs, logística por meio de veículos autônomos e de manutenção de equipamentos a distância. Isso dará à operação mais eficiência, o que se traduz em ganhos de competitividade. Diversos equipamentos poderão estar conectados e “conversarem” entre si, compartilhando dados em tempo real em uma rede estável e com baixo tempo de latência, que é o tempo que a informação sai da origem para o destino. Este, aliás, é um dos principais ganhos do 5G.

“O futuro da indústria é verde e tecnológico”, diz José Maurício Caldeira. “E o Brasil pode ter muitas oportunidades neste momento, pós-crise da Covid, em que a reindustrialização está ganhando protagonismo no mundo”. A expectativa de massificação da adoção do 5G industrial se dará em um prazo de três anos, segundo o relatório ABDI/Anatel. “É evidente que haverá vantagens no aspecto técnico, mercadológico e econômico com a introdução do 5G na indústria. Portanto, precisamos nos preparar para essa mudança desde já”, conclui Caldeira.

O 5G puro começou a funcionar, oficialmente, no Brasil no dia 6 de julho. Desde então, a quinta geração de internet móvel vem sendo implantada nas capitais e nos grandes centros urbanos e estará presente em todo território nacional até o final desta década. No momento, o uso é mais pessoal. Para quem utiliza celular, a velocidade dos aparelhos é 20 vezes mais rápida. As redes 5G utilizam frequências de rádio mais altas e são dez vezes mais rápidas que a 4G. Por isso, têm gigantesca capacidade de transmitir dados e conseguem suportar a conexão de inúmeros equipamentos na mesma rede operados remotamente, em tempo real e com total segurança. 

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