Oferendas a orixás dominam manhã de sol na Prainha

Programação do local tem atrações que viram a noite, com queima de fogos na passagem de ano

Fotso: Ludimila Barbosa.
Centenas de pessoas estiveram na Praça dos Orixás, no Setor de Clubes Esportivos Sul, na manhã desta terça-feira (31), para fazer oferendas e participar de rituais em devoção aos “santos de cabeça” escolhidos entre as 15 divindades representadas por estátuas na Prainha, como o local é mais conhecido pela população do Distrito Federal.

O ano de 2020 será regido por Xangô, por começar numa quarta-feira. “Será um ano melhor, com mais dinheiro e menos injustiça”, prevê a médium Railene Braz Taufer, moradora do Guará e frequentadora do espaço de culto de religiões afrodescendentes.

Patrimônio cultural

A Praça dos Orixás tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal em registro instituído pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do DF que inclui também a festa de Iemanjá. A Prainha está pronta para a festa de réveillon, enriquecida com a programação que, elaborada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), também contempla a Esplanada dos Ministérios.

A advogada Bárbara Leite, de Belo Horizonte (MG), radicada na capital federal, visita a Praça dos Orixás na virada, mas também em outras ocasiões durante o ano. Filha de Iemanjá e afilhada de Oxóssi, costuma acender velas para seus orixás. “Ainda há muito preconceito contra candomblé e umbanda”, reclama.


Religiosidade

A estudante de geografia da Universidade de Brasília (UnB) Bianca de Matos foi à Prainha pela manhã e fez anotações que vão compor seu trabalho de conclusão de curso (TCC). Ainda em estágio inicial, o trabalho deve ter como recorte teórico as formas de ocupação do local, assunto em que a religiosidade desponta.

“Minha mãe veio da Bahia, e tenho muitos familiares praticantes de umbanda”, conta Bianca, moradora do Sobradinho, um dos locais com maior presença de terreiros, segundo levantamento feito pela Fundação Palmares em parceria com o antigo Ministério da Cultura e a UnB. No DF há 330 terreiros, com Ceilândia e Planaltina liderando o ranking em número de locais dedicados aos cultos desse segmento.

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