Falhas técnicas, problemas de som, desorganização e falta de água em alguns banheiros estão entre as reclamações do público que assistiu ao primeiro evento cultural no Estádio Nacional Mané Garrincha, nesse sábado (29), depois da reinauguração da arena. Para boa parte das 46 mil pessoas que foram ao local assistir ao show Renato Russo Sinfônico, uma homenagem de diversos artistas a um dos maiores ícones do rock nacional, a cidade precisa se preparar melhor para receber grande eventos.
A maior expectativa era com a aparição do homenageado, por meio
de holograma (técnica que usa a iluminação para apresentar imagens em
três dimensões), para interpretar uma de suas músicas. Renato Russo
morreu em 1996, oito anos após o último show que fez na cidade que o projetou nacionalmente.
Por causa da fila, quem chegou em cima da hora não conseguiu
entrar no estádio a tempo de assistir ao início do show e teve que ouvir
as primeiras músicas do lado de fora. A apresentação começou
pontualmente por ter sido transmitido ao vivo por um canal de TV
a cabo. Isso provocou vaias do público, porque em alguns momentos houve
demora entre uma música e outra. Ao todo, 14 artistas se revezaram na
interpretação de músicas de Renato Russo.
“Começou muito ruim e com muitos problemas. Não gostei da acústica e, da arquibancada inferior, onde eu estava, não dava para ouvir direito. A gente se guiava mais pelo que a plateia cantava. E, para piorar, desligaram a água do banheiro, que ficou muito sujo”, disse Elaine Abreu, de 48 anos.
Em 1988, Elaine foi ao antigo Mané Garrincha para assistir ao “traumático” show da Legião Urbana, quando diversas confusões ocorreram devido à forma como a polícia organizou a fila de entrada e às ofensas trocadas entre a plateia e Renato Russo. “Era correria para todo o lado. Tinha deixado minha filha em casa e me lembro de ter pensado: 'vou morrer e ela não vai mais mamar'”, contou a servidora pública que, para evitar problemas, chegou, desta vez, cedo ao estádio.
Morando há dois anos em Brasília, o paulista Sérgio Avancini, de 59 anos, assistiu às apresentações da arquibancada superior, onde o som “não estava tão bom”. Ele, no entanto, gostou da organização e do estádio. “Foi muito fácil chegar e sair. Bem melhor do que em São Paulo. Na comparação com os shows que via lá, esse daqui vale diamante. É um grande privilégio ter facilidades como essas, de chegar e sair com tanta rapidez.”
Marivaldo Vicente, de 46 anos, chegou em cima da hora e perdeu os primeiros 40 minutos de show por causa da fila. Ele reclamou da falta de sinalização e de preparo dos seguranças. “Tudo estava muito desorganizado. Faltou sinalização para as entradas e, ao que parece, os funcionários não receberam qualquer tipo de instrução para atender ao público. Cada hora nos mandavam para um lado diferente. Só para localizar a entrada da pista, foram mais de 15 minutos”, disse Vicente. Ele se queixou também dos banheiros e da altura do palco. “Não deu para ver direito o show, muito menos o holograma do Renato Russo”, lamentou.
A publicitária Adriana Cocenza, de 44 anos, ficou na área vip e
conseguiu ver de perto o holograma do artista. “Foi a maior decepção.
Achei que a imagem
não ficou bem construída”, disse, referindo-se ao holograma do cantor
interpretando por pouco mais de três minutos a música Há Tempos. “O som,
onde eu estava, ficou bom. [Mas] eu esperava mais da Orquestra
Sinfônica, que fez um som muito de fundo e sem destaque.”
Procurada pela Agência Brasil, a organização do evento reconheceu houve falta de preparo adequado de funcionários para orientar o público.
De acordo com a produção do Renato Russo Sinfônico, o evento resultou em uma arrecadação de R$ 70 mil em Imposto Sobre Serviços (ISS) para os cofres do governo do Distrito Federal. Por se tratar de evento teste, não houve qualquer remuneração pelo uso do estádio.
“Começou muito ruim e com muitos problemas. Não gostei da acústica e, da arquibancada inferior, onde eu estava, não dava para ouvir direito. A gente se guiava mais pelo que a plateia cantava. E, para piorar, desligaram a água do banheiro, que ficou muito sujo”, disse Elaine Abreu, de 48 anos.
Em 1988, Elaine foi ao antigo Mané Garrincha para assistir ao “traumático” show da Legião Urbana, quando diversas confusões ocorreram devido à forma como a polícia organizou a fila de entrada e às ofensas trocadas entre a plateia e Renato Russo. “Era correria para todo o lado. Tinha deixado minha filha em casa e me lembro de ter pensado: 'vou morrer e ela não vai mais mamar'”, contou a servidora pública que, para evitar problemas, chegou, desta vez, cedo ao estádio.
Morando há dois anos em Brasília, o paulista Sérgio Avancini, de 59 anos, assistiu às apresentações da arquibancada superior, onde o som “não estava tão bom”. Ele, no entanto, gostou da organização e do estádio. “Foi muito fácil chegar e sair. Bem melhor do que em São Paulo. Na comparação com os shows que via lá, esse daqui vale diamante. É um grande privilégio ter facilidades como essas, de chegar e sair com tanta rapidez.”
Marivaldo Vicente, de 46 anos, chegou em cima da hora e perdeu os primeiros 40 minutos de show por causa da fila. Ele reclamou da falta de sinalização e de preparo dos seguranças. “Tudo estava muito desorganizado. Faltou sinalização para as entradas e, ao que parece, os funcionários não receberam qualquer tipo de instrução para atender ao público. Cada hora nos mandavam para um lado diferente. Só para localizar a entrada da pista, foram mais de 15 minutos”, disse Vicente. Ele se queixou também dos banheiros e da altura do palco. “Não deu para ver direito o show, muito menos o holograma do Renato Russo”, lamentou.
Procurada pela Agência Brasil, a organização do evento reconheceu houve falta de preparo adequado de funcionários para orientar o público.
De acordo com a produção do Renato Russo Sinfônico, o evento resultou em uma arrecadação de R$ 70 mil em Imposto Sobre Serviços (ISS) para os cofres do governo do Distrito Federal. Por se tratar de evento teste, não houve qualquer remuneração pelo uso do estádio.